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Leo Dias revela detalhes de vício: "Sou viciado e vou morrer viciado"

Da Redação

16/10/2018 01h26

Leo Dias: "Como posso cobrar verdade de uma pessoa, se eu escondo a minha verdade?"

 

(Por Bruno Meier)

Atração principal do jornalístico Conexão Repórter, na noite desta segunda-feira 15, Leo Dias contou com profundidade, embora não tenha sido a primeira vez, sobre sua relação com as drogas – e a crença de que o vício em cocaína não tem cura. "A cocaína não é brincadeira, não dá pra brincar com ela. É muito séria", disse.

Antes da entrevista, o programa comandado pelo jornalista Roberto Cabrini apresentou Dias com uma sucessão de elogios ao colega de mesma emissora: no ar nas tardes do SBT com o Fofocalizando, ele é "o craque na arte de entrevistar celebridades", o "mago das fofocas", que "aos 43 anos, estava diante de um momento mais decisivo de sua vida".

Cabrini o questionou sobre a primeira vez em que ele decidiu falar em público sobre o drama. Leo disse que foi a partir do momento em que começou a participar da atração vespertina do SBT. "Já era público entre as pessoas no meio artístico, mas eu com essa exposição que a TV deu, passei a virar vidraça. E aí, como posso cobrar verdade de uma pessoa, se eu escondo a minha verdade?"

O vício de Dias começou na Austrália em 2001, quando morou no país para estudar inglês. "O uso contínuo da droga foi há uns quinze, dezesseis anos, e sempre aumentando. Eu tinha 21 anos quando experimentei ecstasy. Depois foi a cocaína. Entrou de maneira recreativa numa boate", contou. Maconha foi consumida raríssimas vezes. "Não gosto. Não gosto de droga com cheiro. Fumei uma vez e falei: é isso?"

Leo Dias continuou a falar sobre a descoberta das drogas: "Pude perceber algumas coisas na Austrália: os altos e baixas do meu humor". A admissão de que era viciado foi em 2006, quando um ex-namorado o alertou: "Ele chegou e disse: você está viciado, você não consegue mais fazer seu trabalho".

 

 

O programa aproveitou para falar sobre sua orientação sexual ("[ser gay]nunca foi um problema na minha vida"; "houve um ensinamento pessoal falando da minha orientação de que eu acabei com o disse-me-disse") e da carreira como colunista de celebridades. "Eu não tenho amizade. Esse é um jogo. Sempre um jogo. Todo mundo tem curiosidade da vida alheia, com quem se deita, quanto você ganha. Eu sou bom", disse. No início da carreira de 22 anos, iniciada em jornais cariocas, ele falou de uma tática para crescer: "Quando comecei, precisava chamar atenção, mas eu não sei se sou uma celebridade. Sou jornalista".

foto: reprodução instagram

 

O jornalístico trouxe Lívia Andrade, sua colega de Fofocalizando, para falar. "Estou aqui como amiga do Leo. A gente se conhece há pouco tempo, o Leo já tinha me entrevistado pelo Teleton", disse. Lívia contou sobre a primeira vez em que se conheceram pessoalmente numa reunião de pauta do programa, nas dependências do SBT. "Eu olhei para ele aquele dia e perguntei: posso falar com você? Ele disse: claro. Eu falei: uma pessoa muito religiosa da sua família fez uma promessa e Deus ouviu e esse ano você vai mudar sua vida".

No momento mais emocionante de sua participação, Lívia contou o dia em que pediu o contato do hotel de Leo em São Paulo para direção do programa, após sucessivas faltas do jornalista no estúdio. "Quando o Leo vinha pra São Paulo, era muito difícil, porque a droga de São Paulo é mais forte que no Rio, tem menos mistura. Ele não conseguia levantar da cama para fazer o programa".

 

Ao saber o endereço, ela subiu no quarto. "Bati na porta e falei: 'Leo, sou eu. Você tá bem? Vi um barulho e escutei ele: 'Livia é você? Que tá fazendo aqui?' Respondi que só tava ali para saber se ele tá bem". O jornalista, então, teve vergonha de abrir a porta e se mostrar. "Pelo amor de Deus, que vergonha, não quero que me veja assim. Ele, muito agitado, pediu para eu ir embora. Eu disse que só vim aqui pra te dar um abraço".

Neste dia, Lívia lembrou que Dias gastou R$ 3 mil reais com drogas naquela noite. "A gente achou que ele estava morto. Esse dia quase ele foi longe demais. Esse dia, ele poderia ter ido embora, antes da hora". Minutos antes, Leo reforçou a Cabrini que nunca havia saído de casa para comprar drogas, mas o preço foi alto. "A que ponto cheguei? Paguei muito caro pela droga".

Na primeira quinzena de setembro de 2018, Leo se internou em uma clínica no interior de São Paulo para iniciar a luta contra o vício. Ele se submeteu a uma terapia baseada na ibogaína, substância psicodélica que causa alucinações fortíssimas, mas tem eficiência no combate à dependência de cocaína, crack, álcool e maconha. "Senti uma tremedeira durante 12 horas. Parecia Parkinson. Tentei levantar e não consegui. Só consegui andar com  a ajuda de alguém", contou.

Na atração, Leo talvez tenha dito sua frase mais impactante: "Claro que sou viciado, e vou morrer viciado". Mas falou também do medo de fraquejar neste período de tratamento. "Eu tenho medo. A impressão que tenho é que, se eu voltar, vou decepcionar muita gente".

Sobre o autor

Amaury Jr. é jornalista e apresentador de TV. É o mais conhecido colunista social do Brasil e considerado o criador do colunismo social eletrônico no país, onde mantém um programa de TV há 39 anos ininterruptos.

Sobre o blog

O blog traz notícias, bastidores e informações exclusivas sobre quem é assunto no showbiz, na cultura, na política, nos negócios e em todas as rodas sociais.

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Amaury Jr.