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Ney Matogrosso critica extinção do Ministério da Cultura: "Será um desastre"

michellekaloussieh

21/11/2018 14h12

Ney: "O Rio está abandonado à própria sorte" | Foto: Reprodução

 

 

Ney Matogrosso fez severas críticas ao mais provável cenário de extinção do Ministério da Cultura no governo de Jair Bolsonaro:"Será um desastre. Cultura é a única alavanca para qualquer país", disse o cantor ao blog do Amaury Jr. "Sem cultura, nós caminhamos pro brejo. Vamos viver na escuridão."

Ney Matogrosso reservou o mês de novembro para divulgar em capitais seu novo livro, Vira-lata de raça , pela editora Tordesilhas. O título foi feito a partir de depoimentos dados por Ney ao longo de sua vida e compilados pelo poeta Ramon Nunes Mello — o organizador também tirou material de três longas conversas com o artista. O livro mira menos em revelar fatos e nomes e mais em expor um panorama extenso da vida, da personalidade e do pensamento do artista. Até porque o artista sempre se expôs com clareza.

Em entrevista a Amaury Jr., exibida no último sábado pela Band, Ney narrou detalhes do difícil relacionamento que tinha com o pai, o militar Antonio Matogrosso Pereira: "Desde muito pequeno, percebia que tinha um problema com meu pai. Ele não gostava de mim e eu não gostava dele. Não tinha nada a ver com sexualidade, eu era uma criança. Eu queria ser pintor desde pequeno, meu pai não queria porque achava que artista era tudo vagabundo", disse.

O artista de 77 anos analisou ainda a situação do Rio de Janeiro, cidade em que vive há décadas. "O Rio está abandonado à própria sorte. Moro no Leblon e nunca tinha visto assalto. Agora já ouço tiros no Leblon. Se tem tiros no Leblon, corta pra Copacabana, zona Norte e subúrbio…"

BRASIL CARETA

O conservadorismo foi tema do papo com o blog. Ney fez questão de ressaltar que sente as pessoas muito mais conservadoras hoje que antes, e citou como exemplo seu relacionamento com Cazuza. "Na época, não tinha nada demais. Todo mundo sabia. Agora tem mais que antes. Antigamente não era um problema. Todas as pessoas que nos conheciam sabiam. Eu falei disso quando ele morreu. Num rompante de sinceridade. Mas a gente nunca precisou falar nada. Todo mundo via".

Ao analisar o Secos e Molhados, grupo que o revelou nacionalmente, disse que se despontasse hoje teria enfrentado mais preconceito: "Talvez não tivessem o espaço. O que a gente vê é uma regressão no pensamento. Observo dessa maneira. De uma forma geral as pessoas são mais conservadoras e preconceituosas."

 

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Sobre o autor

Amaury Jr. é jornalista e apresentador de TV. É o mais conhecido colunista social do Brasil e considerado o criador do colunismo social eletrônico no país, onde mantém um programa de TV há 39 anos ininterruptos.

Sobre o blog

O blog traz notícias, bastidores e informações exclusivas sobre quem é assunto no showbiz, na cultura, na política, nos negócios e em todas as rodas sociais.

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Amaury Jr.