Artigo: Gugu e a obra inacabada
Há pouco mais de um mês, começava minha batalha para convencer Gugu Liberato a escrever a sua história. A ideia surgiu depois que passei a trabalhar com seu mais antigo produtor e talvez um dos mais fiéis amigos do apresentador. Reforcei, desde o início, que Gugu deveria e merecia escrever seu livro de memórias. Um livro sem entrar em questões pessoais, focado apenas em sua vitoriosa trajetória de menino classe média até o consagrado apresentador de TV e homem de negócios. Redigi uma breve carta, tal como ele fez aos 13 anos para Silvio Santos. Começo com "caro" ou "querido" Gugu? "Querido. Gugu não gosta dessas formalidades" foi a recomendação que recebi. Pois bem, a carta junto ao meu primeiro livro – "A Vida É uma Festa" – foi entregue há pouco mais de uma semana na casa do Gugu. Não saberei se ele chegou a ler e muito menos qual foi sua reação deste primeiro contato. Ele embarcou para Orlando, um tanto a contragosto de sua mãe Maria do Céu. Gugu estava com uma gripe e ela não queria que ele viajasse naquele momento. Mães, sempre elas.
Na quarta-feira (20) de manhã, soubemos do acidente e da sua gravidade – e entrei num estado inicial de negação. Decidimos não publicar imediatamente aqui no blog do Amaury Jr. em respeito a nossa fonte, muito ligada a família que desejava não vazar. Sabia que era muito difícil, mas só damos depois que o UOL publicou o acidente doméstico. A partir dali, começamos a passar as informações que tínhamos: a queda de cerca de quatro metros, após subir no sótão da casa para arrumar o ar-condicionado que pingava, quando o teto cedeu. Foi coisa de 20-30 minutos, depois de pisar em sua recém-comprada casa em Windermere, nos arredores de Orlando. Estado: muito grave. No fim da tarde, o desencontro de informações e a decisão de poucos colegas em noticiar a morte do apresentador, quando ele ainda não tinha ido a óbito, nos fez tirar o pé do acelerador. Notícia agora só quando viesse oficialmente da família, mesmo sabendo 24 horas antes que ele já não tinha mais atividade cerebral.
É tudo surreal e absurdo: Gugu, há menos de duas semanas e dias depois de enfrentar uma fake news de sua morte durante uma viagem a Singapura, ligou para um amigo em São Paulo dizendo que estava impressionado com a velocidade da vida: João – seu primogênito – já estava com 18 e ele, 60. "Quantos Natais ainda vou viver?", questionou.
Como espectador de seus programas, ficam as lembranças dos anos 1990/2000. Como admirador de sua trajetória, fica a certeza de que ele partiu cedo demais. Como jornalista e escritor, fica aquele vazio de não ter levado a conhecimento público detalhes de sua história. "O Livro do Gugu" merecia estar nas livrarias físicas e digitais. Não deu tempo. Infelizmente!
Por Bruno Meyer
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