“ As tulipas que não vi”

Hoje, exatamente hoje, deveríamos estar embarcando para Amsterdã, Holanda. O motivo era vivenciar um show que é um dos mais belos espetáculos do mundo e orquestrado periodicamente pela natureza, o florescimento das tulipas que se repete em plena primavera, de março a maio. Sairíamos, eu e Celina, no voo KLM às 18 horas, São Paulo-Amsterdã, com as emoções naturais que emolduram uma qualquer pré viagem e a certeza de momentos preciosos para nosso telespectador.

Claro que, nas circunstâncias, cancelamos tudo. Como não bastasse a frustração do cancelamento, chega-nos a notícia que o vírus foi cruel com a Holanda. Levou vidas preciosas e exterminou sua riqueza maior, as tulipas. Foram  destruídas 400 milhões de flores pela falta de mercado.

Havíamos programado em nosso roteiro, além de uma visita ao parque Keukenhof que abriga 7 milhões de flores e uma parada de dois dias em JUB Hollanda, fazenda de 110 anos localizada em Noorwijkerhout. Seu administrador foi obrigado  a tomar a decisão de eliminar 200 mil tulipas..

Também o Aalsmeer, o maior mercado de flores do país, teve zero em vendas. E o lixo foi o destino da produção que, em sua totalidade, rendem 7 bilhões de dólares ao país, com uma média de 30 milhões de dólares vendidos diariamente em todo mundo.

Embora os produtores que atendem o mercado local estejam com permissão para permanecerem abertos , os negócios estão em situação crítica, 90% de perda em suas receitas.
Os holandeses estão em luto pelas suas tulipas e alegam que as pessoas no mundo inteiro precisam de flores para se conectar, ficarem juntas , demonstrar amor, carinho , homenagear e arrematam: para eles suas flores são mais que dinheiro. São uma paixão .

(Amaury Jr)