Aos 18 anos, ator de 'Malhação' usa salto alto e diz que gosta de se 'montar'
Da Redação
25/09/2018 17h36
foto: reprodução Instagram
Em seu primeiro trabalho na TV, o ator paraibano Pedro Vinícius, de 18 anos, recebeu a missão este ano de viver Michael, gay bem resolvido que tem fortes relações como o lado feminino em Malhação, vidas brasileiras.
Em entrevista ao site do jornal Extra, ele revelou que tem muitas semelhanças com o papel que vive na novela. Exemplo: adora um salto alto e roupas femininas. "Já me 'montei' algumas vezes. Há pessoas que estranham bastante, e me olham com cara de reprovação, mas eu já encarei a realidade que eu não agradarei a todos", diz.
Confira outros destaques da entrevista:
Preconceito na escola: "Já fiquei no meio de uma roda em que meninos me xingavam, já tive meus livros arrancados da minha mão e jogados no chão, seguido da frase 'eu vou te ensinar a ser homem', bem como já tive 'amigos' que se ofereceram para me ensinar a andar e falar como homem, porque para eles, tudo o que eu fazia, era muito 'mulherzinha'. E eu sou mesmo muito mulherzinha, bichinha, afeminado, viadinho. Tudo isso eu sou, e me orgulho".
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O dia que se "montou": "Foi no período que estava no ensino médio. Foi uma catástrofe, eu usava uma peruca ondulada meio grisalha que ia até o meio das costas e fazia uma maquiagem escura, sem fazer uma pele antes. As roupas eram das minhas amigas que me emprestavam. Era muito divertido, e eu achava tudo isso um máximo, afinal eu estava descobrindo uma parte muito nova minha, e que hoje em dia eu não conseguiria viver sem de maneira alguma. Eu ainda tenho muita vontade de me montar, adoraria sair com as drag queens cariocas numa noite de miga.
Quando se assumiu gay: "Eu nunca gostei de rotular minha sexualidade, acredito que a sexualidade é fluida. Eu gosto de me relacionar com qualquer tipo de pessoa, independentemente de ser homem ou mulher, desde que eu me sinta atraído por elas e elas por mim. E eu sei que gostava de "pessoas"(e não necessariamente só de meninas ou só de meninos) desde os 10 anos, por aí. Eu tinha umas paixonites por meninas que estudavam comigo, mas também sentia muita atração por alguns meninos. E quando eu comecei a perceber isso, foi muito difícil porque eu não tinha com quem falar sobre, e conforme o tempo passava, aquela atração misturada com uma curiosidade ia aumentando e aumentando até que um dia eu tive a oportunidade de ficar com um menino. E eu tive a absoluta certeza que também gostava de ficar com meninos. Por medo das pessoas e do que elas podiam fazer comigo, eu guardei segredo por muito tempo. Mas sempre lidei muito naturalmente com isso dentro de mim. Hoje sou muito bem resolvido com isso"
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Reação dos pais: "Eu só tenho minha mãe. A história da minha mãe descobrindo que eu não sou hétero é bem engraçada. Eu acho, pelo menos. No final de 2015, eu tinha colocado na minha cabeça que não ia contar nada para minha mãe, mas que ia agir como eu sempre agi em casa e que isso não era um fator a ser conversado, já que eu sigo a seguinte lógica: "se as pessoas heterossexuais não precisam falar pros pais que são heterossexuais, porque eu tenho?". E assim foi feito. Tinha um dia que eu estava em João Pessoa, de férias, e eu e minha mãe começamos a falar de como tinha sido o ano na Escola (que fica no Rio). Ela perguntou sobre professores, notas e os amigos, daí chegou uma hora que ela perguntou: "Mas e aí? Beijou muita menina?", eu respondi que sim. E ela perguntou: "E menino? Também?", aí eu respondi sim. Estávamos na cozinha, ela estava fazendo o almoço e eu sentado numa cadeira. Ela só parou e virou para mim: "O quê?". E aí foi o resto das férias inteiras conversando com minha mãe, falando pra ela que tudo bem ser assim, e que eu sabia que não era uma fase e etc.. E ela me falando para ter cuidado, que ficava preocupada com as pessoas lá fora e tudo mais. Sempre tivemos uma relação incrível, e ela sempre me aceitou e me amou de qualquer jeito, a única coisa que ela sempre falou pra mim foi: "Seja honesto!", e pronto.
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Sobre o autor
Amaury Jr. é jornalista e apresentador de TV. É o mais conhecido colunista social do Brasil e considerado o criador do colunismo social eletrônico no país, onde mantém um programa de TV há 39 anos ininterruptos.
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