Como o COVID19 mudou o mercado da beleza
Da Redação
30/08/2020 16h20
Mesmo que a magnitude econômica gerada pela pandemia de COVID-19 sobre marcas e varejistas seja muito maior do que qualquer recessão, há sinais de que a indústria de produtos de beleza pode mais uma vez se mostrar relativamente resiliente.
Observando o aumento nas vendas de batom durante a recessão de 2001, Leonard Lauder, da empresa de cosméticos, cunhou o termo "índice de batom" para descrever o que ocorreu. O princípio é que as pessoas viam o batom como um luxo acessível e, portanto, as vendas a se mantiveram fortes, mesmo na crise.
Interessante é que na maioria dos principais mercados da indústria da beleza, as compras nas lojas físicas representavam até 85% antes da crise. Com o fechamento de pontos de venda por causa do COVID-19, aproximadamente 30% do mercado da indústria da beleza fechou. Algumas dessas lojas nunca mais abrirão e as novas inaugurações provavelmente serão atrasadas por pelo menos mais um ano.
Algumas marcas de produtos de beleza relataram que as vendas on-line dobraram em relação ao pré-COVID-19.
Varejistas e marcas estão recorrendo a promoções para atrair consumidores e limpar o estoque. Em um movimento atípico, várias marcas de prestígio estão oferecendo descontos online de até 40%.
O distanciamento físico e o uso de máscaras, transformou o uso da maquiagem menos importante.
Por outro lado, tudo indica que cuidados com a pele, cabelos, banho e corpo aumentaram significativamente. Os gastos com sabonetes de luxo na França por exemplo, aumentaram 800 por cento, por causa da quarentena. Houve no entanto um boom nas categorias de cuidados pessoais e de beleza, incluindo velas aromáticas, todas formas de aromaterapia e produtos de desintoxicação; as vendas de produtos para a pele, unhas e cabelos aumentaram 300%.
Outra tendência notável é "Do it Yourself" ( faça-você-mesmo). Muitos salões de beleza fecharam e, mesmo em lugares onde não o fizeram, os consumidores estão abandonando os serviços devido a preocupações com o contato físico .
Como resultado, os produtos que incluem o "faça você mesmo", como, coloração de cabelos, unhas e outras categorias de beleza, estão encontrando novos clientes.
Por exemplo, as vendas de kits de coloração para cabelo em casa aumentaram dez vezes e as s online de esmaltes de marcas de prestígio cresceram dois dígitos a cada semana desde o início das restrições em março. Este aumento no cuidado com as unhas tem mostrado que o efeito do batom de 2001 , vai repetir hoje o "efeito de esmalte".
Algumas mudanças resultantes da crise do COVID-19 provavelmente serão permanentes.
Tudo indica que o e-commerce continuará crescendo e os participantes do setor de beleza precisarão priorizar os canais digitais para capturar e converter a atenção de clientes novos .
O ritmo da inovação acelera. Com a crise do COVID-19 , o mundo pode mudar rapidamente, trazendo mudanças substânciais no modo com que a beleza é consumida.
Mesmo antes da pandemia, a definição de "beleza" estava se tornando mais global, expansiva e entrelaçada com a sensação de bem-estar dos indivíduos. A crise do COVID-19 provavelmente não mudará essas tendências.
Referência : McKinsey & Company
Sobre o autor
Amaury Jr. é jornalista e apresentador de TV. É o mais conhecido colunista social do Brasil e considerado o criador do colunismo social eletrônico no país, onde mantém um programa de TV há 39 anos ininterruptos.
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