Boninho manda recado a governo Bolsonaro: "Não somos inimigos"

Boninho: valorização da TV | Reprodução TV Globo

O diretor J.B. de Oliveira, o Boninho, fez uma publicação pedindo apoio do governo federal para valorizar a indústria do audiovisual no país. "Somos uma indústria de qualidade! Orgulho de fazer parte disso. Mas o governo precisa entender que não somos inimigos, não generalizem a briga. São empregos reais. Fomentando nossa cultura. Tem muita gente boa nesse nosso mercado. Respeito!", escreveu o diretor do gênero de variedades da Globo, incluindo o reality "Big Brother Brasil". A nota ficou restrita na rede social mais reservada do executivo, o Linkedin, onde ele é muito menos popular (no Twitter, por exemplo, é seguido por 1,9 milhão de perfis). Mesmo assim, seu registro teve mais de 3 200 visualizações. O texto vem seguido de um vídeo em que encerra com a assinatura da "Indústria Audiovisual do Brasil".

Boninho é o primeiro executivo do alto escalão da Globo que se manifesta sobre recentes decisões do governo Bolsonaro envolvendo o mercado audiovisual. Na terça-feira (30), mesmo dia da manifestação do diretor, o plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) manteve a determinação para que a Ancine, agência que fomenta e fiscaliza a atividade do cinema no país, apresente um plano de ação capaz de resolver as falhas no controle sobre o uso de recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). 

A indefinição quanto ao futuro dos recursos públicos na área do audiovisual no Brasil leva o setor a considerar se o país não estaria prestes a viver o que viveu na era Collor, quando chegou a ter só dois filmes nacionais lançados por ano. A visão catastrófica é muito baseada a esse, digamos, ultimato do TCU na Ancine: ou muda a forma como fiscaliza as finanças dos projetos a ela submetidos ou está suspensa a liberação de verbas públicas.