Opinião: As redes sociais amplificaram o pior lado de boa parte das pessoas
Pessoal e Intransferível
Uma amiga de longa data nos fez uma confidência que é bem um sinal dos tempos atuais. Ela tem acordado de madrugada, quase sempre mais de uma vez, para checar seu Instagram, WhatsApp, mensagens, comentários, tal a ansiedade compulsiva e insana que nela se instalou. Não aguenta esperar para ver quantos e quem curtiu suas selfies, o que falaram dela, quem abriu no seus Stories. Descobriu-se escravizada pelo egocentrismo, dependente da conexão com os outros, a ponto de perder a conexão consigo própria. A coisa ficou séria, buscou ajuda com amigas off-line, psiquiatras amigos e outro dia foi diferente: acordou asfixiada, enjoada e sem paciência para continuar sustentando a pose, correspondendo as expectativas, vivendo de frente para o espelho e de costas para o mundo, pior, infeliz com sua imagem. Achou que estava curada. Quando estava pronta para se desplugar, descobriu os aplicativos, aqueles que corrigem as imperfeições, esculpem o nariz, emagrecem, melhoram a textura da pele. Como uma viciada em crack, teve recaída e voltou à vida on-line e ao seu narcisismo, com força redobrada.
A última notícia é que ela tinha ido a um cirurgião plástico, porque quem a via pessoalmente levava um choque indisfarçável de realidade.
As redes sociais são ótimas, longe de mim achar o contrário. Mas a verdade é que elas conseguiram amplificar o pior lado de boa parte das pessoas, mostrando a quantas anda seu nível de vaidade. E nessa, vale conteúdo falso ou exagero.
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