Topo

"Suzane seduz como uma vendedora de loja chique", diz autor de Richthofen

Da Redação

04/10/2019 12h08

Suzane: O livro "Suzane – Assassina, manipuladora, narcisista e egocêntrica" será lançado pela Contexto

Com passagens pelo jornal Correio Braziliense e pela revista Veja, o jornalista paraense Ulisses Campbell se prepara para lançar o livro sobre Suzane von Richthofen, a "presa mais famosa do Brasil", para usar as definições do próprio autor sobre a mulher que planejou e participou do assassinato de seus pais, Manfred e Marísia von Richthofen, em 2002. Pelo crime, foi condenada a 39 anos de prisão. Previsto para lançar até dezembro, pela editora Contexto, "Suzane – Assassina, manipuladora, narcisista e egocêntrica" é baseado em três anos de pesquisa do autor, com entrevistas com mais de 50 presas, 16 agentes de segurança e o processo penal com cerca de 6.000 páginas.

O livro coincide com dois filmes que estão para ser lançados sobre a personagem – "A menina que matou os pais" e "O menino que matou meus pais" com diferentes pontos de vista sobre o caso, o de Suzane e o de Daniel Cravinhos, seu então namorado, que também participou do crime. O próprio livro de Campbell, mesmo antes de ser lançado, começou a ser negociado para virar uma série de TV. Durante pesquisa, o jornalista teve três momentos com a biografada, mas que foram interrompidos pelo próprio a partir de uma exigência de Suzane. "Eu recusei falar sobre a sua vida religiosa", diz. Mesmo assim, ele traça um perfil breve dela: "Ela se mostrou simpática, solícita, educada, meiga, atenciosa e sedutora. Aquela sedução tipo de vendedora de loja chique".

Ulisses Campbell: com três prêmios Esso de jornalismo, ele lança o livro-reportagem sobre von Richthofen | Foto: Jonne Roriz

A seguir, trechos da entrevista com o autor:

Como surgiu a ideia do livro?

A ideia de escrever o livro surgiu quando a revista Veja me pediu para fazer uma matéria sobre ela, em 2016. Desde essa época, comecei a pesquisa para escrever o livro. Para reconstituir a vida de Suzane dentro e fora do cárcere, entrevistei 56 presas que cumpriram pena junto com ela ao longo de dez anos tanto no regime fechado quanto no semiaberto. Conversei com 16 agentes de segurança penitenciária lotadas nas casas penais por onde a loira famosa passou ao longo de 16 anos de reclusão. Essas entrevistas foram fundamentais para reconstituir a vida da assassina desde a sua primeira incursão na cadeia, em 2002.

Você teve três encontros com Suzane ao longo da pesquisa. Como foram?

Foram encontros pacíficos. Ela é bem sedutora, fala olhando nos olhos. É o tipo de pessoa que ouve muito, não atropela e só fala quando o interlocutor para de falar. Muito meiga e educada. Mas Suzane não quis colaborar com informações após a recusa de eu não falar sobre a sua vida religiosa. Tem duas coisas importantes nos meus encontros com ela: ela se mostrou simpática, solícita, educada, meiga, atenciosa e sedutora. Aquela sedução tipo de vendedora de loja chique.

Ver essa foto no Instagram

 

Uma publicação compartilhada por Suzane, O Livro (@suzaneolivro) em

E os irmãos Cravinhos?

Os irmãos Cravinhos também tiveram a vida investigada para compor as suas histórias na narrativa. Cristian colaborou com oito entrevistas. Na época, ele estava no regime aberto. Em abril de 2018, ele voltou para cadeia acusado de suborno e acabou condenado neste ano por corrupção a mais 4 anos de cadeia. Nesses longos encontros com Cristian, ele contou com riqueza de detalhes como entrou no plano sórdido de Suzane e Daniel e revelou até o que sentiu na hora de dar pauladas em Marísia von Richthofen. Para escrever sobre os irmãos Cravinhos, visitei a penitenciária masculina de Tremembé 12 vezes e falei com 15 detentos amigos dos dois assassinos confessos. A vida de Suzane e dos irmãos Cravinhos antes do crime foram reconstituídas a partir de entrevistas com amigos da adolescência e com parentes. A maioria dos agentes carcerários de Tremembé e oito presidiárias colaboraram na condição do anonimato.

Como as quase 6000 páginas do processo ajudaram na pesquisa?

 O material serviu como ponto de partida, pois uma peça jurídica dessa envergadura tem um mundo de informações, desde cartas trocadas entre Suzane e seu ex-namorado, até grampos telefônicos, além de dezenas de depoimentos. No processo de execução penal, a loira abre o coração em terapias feitas dentro da cadeia. Conta dos seus amores, suas angústias, o medo de sair na rua e relata principalmente como lida com o crime que cometeu, confessando motivações financeiras. Fala até dos planos para o futuro. Mas isso tudo não foi suficiente para entender a cabeça da presa mais famosa do Brasil. Em busca de respostas na seara psicológica, entrevistei 12 profissionais especializados em psicologia forense, além de psiquiatras estudiosos de mentes criminosas. Esses especialistas foram fundamentais para me fazer compreender o que leva uma menina bonita, inteligente e com toda a vida pela frente a dar cabo dos próprios pais.

Sobre o autor

Amaury Jr. é jornalista e apresentador de TV. É o mais conhecido colunista social do Brasil e considerado o criador do colunismo social eletrônico no país, onde mantém um programa de TV há 39 anos ininterruptos.

Sobre o blog

O blog traz notícias, bastidores e informações exclusivas sobre quem é assunto no showbiz, na cultura, na política, nos negócios e em todas as rodas sociais.

E-mail: contato@amauryjr.com.br

Amaury Jr.