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Moraes Moreira morre aos 72 anos

Da Redação

13/04/2020 13h14

MOraes Moreira

O Brasil acordou com uma notícia triste. O Novo Baiano, Moraes Moreira, foi encontrado morto no seu apartamento, na manhã desta segunda-feira, na Gávea, bairro nobre do Rio de Janeiro.

Atualmente, morava sozinho. Seu corpo foi encontrado pela sua empregada. Familiares disseram que ele foi vítima de infarto. 

A sanfona de doze baixos foi o primeiro instrumento que o cantor e compositor iniciou tocando em festas de São João e outros eventos de Ituaçu. O violão veio na adolescência, aprendizado que tinha em paralelo ao curso de ciências em Caculé, na região sudeste da Bahia. 

Ao se mudar para Salvador conheceu Tom Zé e teve mais contato com o rock n' roll. Mais tarde, foi a vez de Baby Consuelo, Pepeu Gomes, Paulinho Boca de Cantor e Luiz Galvão entrarem na sua vida, formando o conhecido Novos Baianos, banda que ficou junta de 1969 a 1975. 

Depois a carreira solo pediu licença. Seu legado deixa mais de 60 discos lançados entre carreira solo, Novos Baianos, Trio Elétrico Dodô e Osmar, além da parceria com o guitarrista Pepeu Gomes. 

Moradores da Gávea já deixam suas várias homenagens em grupo fechado de rede social, lembrando seus encontros na padaria do bairro, suas andanças com a cachorrinha que tinha, sua simpatia e simplicidade. Muitos foram às suas janelas com músicas do cantor e aplausos ao famoso e querido vizinho. 

No seu último post, no Instagram, dia 18 de março, ele postou sobre a quarentena e compartilhou uma composição sobre o Coronavírus:

" Oi pessoal estou aqui na Gávea entre minha casa e escritório que ficam próximos,cumprindo minha quarentena,tocando e escrevendo sem parar. Este Cordel nasceu na madrugada do dia 17, envio para apreciação de vocês .Boa sorte

 

Quarentena (Moraes Moreira)

 

Eu temo o coronavirus

E zelo por minha vida

Mas tenho medo de tiros

Também de bala perdida,

A nossa fé é vacina

O professor que me ensina

Será minha própria lida

 

Assombra-me a pandemia

Que agora domina o mundo

Mas tenho uma garantia

Não sou nenhum vagabundo,

Porque todo cidadão

Merece mas atenção

O sentimento é profundo

 

Eu não queria essa praga

Que não é mais do Egito

Não quero que ela traga

O mal que sempre eu evito,

Os males não são eternos

Pois os recursos modernos

Estão aí, acredito

 

De quem será esse lucro

Ou mesmo a teoria?

Detesto falar de estrupo

Eu gosto é de poesia,

Mas creio na consciência

E digo não a todo dia

 

Eu tenho medo do excesso

Que seja em qualquer sentido

Mas também do retrocesso

Que por aí escondido,

As vezes é o que notamos

Passar o que já passamos

Jamais será esquecido

 

Até aceito a polícia

Mas quando muda de letra

E se transforma em milícia

Odeio essa mutreta,

Pra combater o que alarma

Só tenho mesmo uma arma

Que é a minha caneta

 

Com tanta coisa inda cismo….

Estão na ordem do dia

Eu digo não ao machismo

Também a misoginia,

Tem outros que eu não aceito

É o tal do preconceito

E as sombras da hipocrisia

 

As coisas já forem postas

Mas prevalecem os relés

Queremos sim ter respostas

Sobre as nossas Marielles,

Em meio a um mundo efêmero

Não é só questão de gênero

Nem de homens ou mulheres

 

O que vale é o ser humano

E sua dignidade

Vivemos num mundo insano

Queremos mais liberdade,

Pra que tudo isso mude

Certeza, ninguém se ilude

Não tem tempo,nem.idade"

Sobre o autor

Amaury Jr. é jornalista e apresentador de TV. É o mais conhecido colunista social do Brasil e considerado o criador do colunismo social eletrônico no país, onde mantém um programa de TV há 39 anos ininterruptos.

Sobre o blog

O blog traz notícias, bastidores e informações exclusivas sobre quem é assunto no showbiz, na cultura, na política, nos negócios e em todas as rodas sociais.

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Amaury Jr.