Topo

Fadiga da quarentena

Da Redação

22/06/2020 23h25

  • Andrew Salomon, autor do livro " O Demônio do meio dia",  referência internacional em depressão, falou para o Brasil que a situação vai se agravar no pós pandemia.  Não há quem não esteja, imperceptivelmente,  se contagiando com o fantasma da depressão. Recomenda que não sejam indiferentes aos remédios e às terapias. Não estão descartados suicídios, caso não haja vigilância.

 

  • Vem aí um novo conceito de show: a da pobreza de luxe.  Basta se adaptar.

 

  • De Arnaldo Jabor : "A bunda hoje no Brasil é um ativo. Centenas, milhares de moças bonitas usam-na como um emprego informal, um instrumento de ascensão social . A mulher de bunda bonita caminha com se fosse duas, ela e sua bunda. Uma fala e ninguém ouve, a outra cala e todos olham. A mulher de bunda bonita não tem sossego, está sempre autoconsciente do tesouro que reboca. Quem é amada, ela ou a bunda? Algumas bundas até parecem ter pena de suas donas e quase dizem: " Olhem para ela, ouçam sua opinião , ela também é legal".

 

 

  • Instabilidade, agitação, tremores, nervosismo, mialgias, fatigabilidade, incapacidade para relaxar, contração muscular da pálpebra, testa enrugada, sudorese, palpitações, boa seca, tontura, formigamento dos pés e das mãos, diarréía, distúrbios estomacais, medo, pressentimento de infortúnio, acesso de calor ou frio, insônia, dificuldade de concentração.  Caso não sinta nada disso, apalpe-se, você pode ter morrido, brinca a Princesa da Madrugada.

 

  • As pessoas acabam virando nada, além de sua imagem confinada. Os filósofos podem achar que o que conta é aquilo que somos . Estão errados. Enquanto vivermos seremos aquilo que os seres humanos acham que somos. Quanto você daria para saber, sinceramente, o que as outras pessoas acham de você?

 

  • O hálito da cidade está fétido. É a sensação de muitos que fazem do recolhimento algo obsessivo.

 

  • Lives são boas para mostrar o quanto as pessoas têm uma cultura prêt-à-porter. Previsível, enfadonha e desinteressante. E continuam se importando com quem é hétero, homo, sado ou maso. Mas há exceções…

ˆ

  • A era do egocentrismo pode terminar, a gente perde muito tempo pensando na nossa imagem, no nosso futuro, no nosso umbigo. Até que um dia acordamos asfixiados, enjoados, sem ânimo e sem paciência, para continuar sustentando a pose, correspondente às expectativas, buscando metas irreais, vivendo de frente para o espelho e de costas para o mundo. Se não terminar, vai atenuar.

 

  • A pandemia estimula atitudes que podem brotar.  Vocês acham que a Jennifer Lopez pensou em desistir e voltar para o Bronx cada vez que um idiota de um diretor de elenco, um produtor, ou diretor lhe disse que tinha bunda grande demais ? Vem aí  gente com coragem e determinação de JLO .

 

  • O recolhimento pode ser um expurgo com benefício. Que os relacionamentos mentirosos e fictícios naufraguem e que os verdadeiros se solidifiquem mais. Há uma corrente nesse sentido.

 

  • Não se regozije, quando muitos procuram Deus é sinal que Ele desapareceu.

 

  • Depois disso tudo, um marido  concluiu : "Eu quero uma mulher que, no mínimo, saiba a diferença ente Eternit  e Eternity, do Calvin Klein".

 

  • Ariadne não era uma interiorana nos encantando com sua ingenuidade, mesmo que escrevesse seu nome com uma florzinha em cima do " i " e sabia a diferença entre Monet e Manet. Aproximei-me de Ariadne, entrei na sua aura perfumada para falar perto da sua orelha perfeita.  Ela me tomou muito dinheiro. Não consigo pensar em outra coisa neste meu isolamento.

 

  • De um médico que não quer que sua identidade seja revelada: "Tinha um doente grave a quem muitos especialistas de uma clínica particular pediram vários exames. O doente fez os exames de dia, foi para casa, e morreu de noite. 24 horas depois, quando já estava enterrado, os exames chegaram dizendo que ele estava em perfeito estado de saúde. Olho vivo, um caso cruel.

 

  • Frase de um amigo consultado sobre a fadiga da quarentena: "Abro os olhos de manhã, e como um cão que estranha o dono  tem vontade de latir para o universo."

Sobre o autor

Amaury Jr. é jornalista e apresentador de TV. É o mais conhecido colunista social do Brasil e considerado o criador do colunismo social eletrônico no país, onde mantém um programa de TV há 39 anos ininterruptos.

Sobre o blog

O blog traz notícias, bastidores e informações exclusivas sobre quem é assunto no showbiz, na cultura, na política, nos negócios e em todas as rodas sociais.

E-mail: contato@amauryjr.com.br

Amaury Jr.