Nos tempos dos cassinos em Poços de Caldas
Quando o Dr Orozimbo Correia Neto, de Poços de Caldas, soube que sua filha estava namorando o pianista do cassino "Ao Ponto", foi inflexível: ou ele mudava de profissão ou mudava de namorada. Cabisbaixo, desiludido, o pianista, que tinha curso superior, sumiu de Poços de Caldas e nunca mais voltou. Soube-se depois que havia casado com uma moça do Rio de Janeiro. Durante décadas esse romance infeliz foi assunto entre as moças de Poços, geração após geração, não tanto pelo seu teor – algo banal na vida daqueles tempos – mas pelo fato do pianista ser Ary Barroso, um dos maiores músicos brasileiros do século. Recém formado, Ary passou uma temporada em Poços fugindo da Revolução de 1932. Lá ficou tocando de cassino em cassino. No "Gibimba ", um deles, o grande nome era Juan Daniel, paixão das mulheres locais, crooner, cheio de dengos e pai do diretor de TV Daniel Filho. E de quem era o Gibimba? De Valter Pinto, o futuro grande empresário do teatro de revista do Brasil.
Esta é um história que Luiz Nassif nos passou.
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