Histórias do arquivo XXIX

As Frenéticas vieram do além

As Frenéticas estavam nos confins do Nordeste, viajando à noite de carro para fazer um show, quando bateu em Leiloca aquela incontrolável urgência líquida. Não havia nenhum posto nos próximos 100 quilômetros e parar no mato, naquela escuridão, nem pensar. Portanto, não hesitaram em estacionar no único casebre que apareceu iluminado adiante.

Desceram, foram chegando devagarinho perto da porta, os grilos cricrilando ao redor, de  repente ficaram imóveis. A música que vinha lá de dentro era muito familiar. Inacreditável coincidência: era elas próprias, As Frenéticas. Espiaram pela janela entreaberta e viram um casal de adolescentes dançando animadamente, trejeitos precisos, curtindo na maior as músicas de seus discos. Sentiram-se em casa, foram logo batendo à porta e a cena seguinte foi a mais divertida de toda a vida da carreira do grupo. Os meninos arregalaram os olhos como se estivessem vendo extraterrestres. Eram elas, em carne e osso, saídas do toca-discos e materializadas ali, na sala. Custou para que os dois se recuperassem, coitadinhos.

Leiloca até se esqueceu do xixi…