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Previsões desastrosas

Da Redação

26/10/2022 17h09

Previsões Desastrosas

 "Detesto esses espíritos fracos que, excedendo-se na previsão das consequências das coisas, não se atrevem a empreender nada"  Molière, Les Fourberies, ato III, cena primeira

O sucesso é o resultado da concretização das metas estabelecidas. E as metas surgem dos sonhos. E os sonhos advêm do ideal que está dentro de cada um. Somente quem tem um ideal é capaz de sonhar. Somente quem tem sonhos estabelece as metas. E somente quem tem metas percebe as oportunidades e possui a motivação para a realização que leva ao sucesso. Acredite em você com obstinação.

                                          

Muita gente teria desistido de seus intentos, de suas carreiras e sonhos, não fosse esse sentimento guerreiro que dormita dentro de cada um. Quando era um jovem batalhador, Walt Disney se cansou de ouvir de seus patrões que ele deveria tentar outra carreira, que não era criativo e coisa e tal. Em determinado momento, pensou em desistir, mas sempre encontrava fôlego novo para recomeçar.

Quando houve uma votação, em classe, no colegial, para saber quem teria menos chances no futuro de toda turma, o escolhido foi um esmirrado menino que se chamava Robin Williams. Era tão sem talento para qualquer coisa, no olhar equivocado de seus colegas, que o seu destino parecia haver sido traçado. Nunca faltou na história esse tipo de gente que só vive desestimulando os outros. Falta-lhes feeling ou a percepção de que nunca é bom fazer previsões, especialmente sobre o futuro.

Luana Piovani, por exemplo, foi praticamente descartada na agência Class, não fosse o bom olhar de Eli Wabba, que logo identificou em Luana uma futura estrela e acertou em cheio

Foi também numa agência, a Blue Book, que Marilyn Monroe ouviu de sua diretora Emeline Snively a desanimadora frase que quase estancou ali sua trajetória:

 – É melhor você virar secretária ou se casar. Mais que isso você não conseguirá.

 Na formação do elenco da montagem brasileira de Chorus Line. uma produtora mal-humorada quase conseguiu interromper a decolagem da carreira de Cláudia Raia. Ameaçou dispensá-la porque "seu rosto tinha ângulos inadequados."

                                            

Nem Frank Sinatra escapou do risco de permanecer na condição de anônimo crooner de um restaurante em New Jersey, ganhando 15 dólares por semana, e ainda assim quando o deixavam cantar. O dono do restaurante costumava dizer:

 – Ele enche tanto para pegar no microfone que está sempre por aqui. O cara não é bom cantor, só apresenta o show.

O maestro Harry James um dia ouviu Sinatra e levou-o para sua orquestra que estava em formação.

Durante teste na Rede Globo um diretor disse a Lucélia Santos. sem medir palavras, que ela jamais teria chance na profissão: era feia, vesga e péssima atriz. Lucélia é uma celebridade até na China e já foi  eleita por 300 milhões de chineses, como Artista do Ano.

O pároco da igreja que Paul McCartney freqüentava em Liverpool, afastava o futuro Beatle do coral:

– Menino, não insista em cantar, você é desafinado e jamais conseguirá nada.

Quando Ronald Reagan disputava um papel em The Best Man, justamente o de um presidente da República, os executivos da United Artists cancelaram a contratação:

 – Não serve. Reagan não tem pinta de presidente.

Boa é a do chefão da MGM, Louis B. Mayer, rejeitando a idéia de que o desenho animado de um rato (Mickey Mouse) seria popular:

– Toda mulher tem medo de rato. Esse Mickey Mouse jamais acontecerá. É fracasso certo.

A estilista Coco Chanel igualmente deu sua contribuição. Só que desta vez errou. Em 1966, declarou que a mini-saia era uma piada de mau gosto e que  não duraria muito tempo.

 O austero The New York Times expendeu a sua opinião sobre aquele novo veículo, a televisão, durante a World's Fair, em 1939:

"O problema com a televisão é que as pessoas precisam sentar e grudar seus olhos numa tela. A família típica americana não tem tempo para isso."

Francis Ford Coppola teve de ser convencido por seu pai a dirigir O Poderoso Chefão. Achava o roteiro do filme uma droga.

Os produtores do Satânico Dr. No, da série 007, queriam David Niven ou Rex Harrison no papel, e lançaram sua bad prediction no ar:

 -Sean Connery não vai conseguir fazer um James Bond sofisticado. Ele parece um peão de obras. Então tá…

 Em 1939,o ator Gary Cooper leu o roteiro de E o Vento Levou e recusou o papel de Rhett Butler achando que o filme era uma bobagem e candidato ao fracasso. Clark Gable ficou com o papel e celebrizou-se.  Gable também ganhou sua dose de desânimo em 1930, quando se candidatou a um papel no filme Little Caesar:

-O que se pode fazer com alguém com as orelhas como as dele? – disse o produtor Jack Warner.

São lições. É prudente desconfiar de quem é sempre do contra, os intolerantes, os críticos, os anti-tudo. E às vezes dá para identificar o vírus da inveja. A ordem é não desistir, avançar até ultrapassar a última barreira.

Amaury Jr 

Sobre o autor

Amaury Jr. é jornalista e apresentador de TV. É o mais conhecido colunista social do Brasil e considerado o criador do colunismo social eletrônico no país, onde mantém um programa de TV há 39 anos ininterruptos.

Sobre o blog

O blog traz notícias, bastidores e informações exclusivas sobre quem é assunto no showbiz, na cultura, na política, nos negócios e em todas as rodas sociais.

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