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Dr. Jou Eel Jia - Contato com a harmonia interior

Da Redação

21/12/2022 12h35

Por Dr. Jou Eel Jia. 

Formado em medicina ocidental e membro da Academia Chinesa no Brasil.

Dr. Jou Eel Jia.

Assim como o planeta Terra, todos nós temos uma espécie de ecologia interior. Ela se expressa, por exemplo, na harmonia da nossa casa. Quando era criança, eu tinha um professor que sempre me falava: "Abra a gaveta: se estiver uma bagunça, arrume, porque isso é sinal de que a sua cabeça não está em ordem". Se você vai fazer a lição, e encontra os livros todos jogados, é bom organizar, pois uma mesa bagunçada significa que há desarmonia em sua vida. A proliferação do mosquito da dengue devido à água parada em casas cheias de bagunça e desorganização é um exemplo atual e mais claro desse princípio. No coletivo, esse problema particular de cada residência toma uma proporção tão grande que afeta a sociedade e a natureza como um todo. Isso se deve à falta de percepção e de harmonia interna das pessoas, que acabam agredindo a Mãe Natureza e provocando doenças e sofrimento. Tudo vem do interior das pessoas, da falta de consciência e de percepção. A harmonia com a natureza começa dentro de casa e do próprio indivíduo.

Fala-se em cultivar emoções saudáveis como algo positivo, mas é bom entender o que isso significa. Em primeiro lugar, é bom lembrar que emoções são apenas emoções, não são saudáveis nem doentias. O que entendemos como "saudável" e "não saudável" são as narrativas a respeito das emoções, feitas pela mente descritiva, pelo lado esquerdo do cérebro. Porque o cérebro direito não sabe o que é certo ou errado, o que é saudável ou não, ele processa apenas a sensação vivida. Quem determina se é positivo ou negativo, maior ou menor, saudável ou não, é o lado narrativo do nosso cérebro, o esquerdo, que não processa emoções, mas sentimentos. Quem diz que existem sentimentos construtivos ou destrutivos é o cérebro esquerdo. Mas de onde vem isso?

A origem está na informação armazenada no plano emocional, que é baseado em imagens e sensações. Se tenho a sensação de estar sendo agredido, vou falar que essas são emoções negativas; se sinto que estou sendo aplaudido e elogiado, direi que são sentimentos mais saudáveis, pois estou me sentindo mais seguro. Trata-se, portanto, de um sentimento, não de uma emoção.

Em suma, quando falamos em "emoções saudáveis", estamos na verdade nos referindo a "sentimentos saudáveis". Esses sentimentos podem até ser contraditórios, uma vez que advêm de imagens e sensações que o cérebro direito está traduzindo e que não são necessariamente saudáveis, mas apenas crenças ilusórias de salubridade que não se confirmam no plano da realidade. Esse é apenas um entre muitos exemplos que ilustram até que ponto as sensações podem alterar nosso discurso. Quando falamos em "emoções saudáveis" estamos nos referindo à busca do verdadeiro valor e à crença dentro de nós mesmos, introduzidas no passado e que geram sensações que vão processar a sua realidade atual. Viver emoções saudáveis é cultivar atitudes construtivas para fortalecer a pessoa como um todo, ter melhor entendimento e aceitação, trabalhar a resiliência na percepção do mundo.

Sobre o autor

Amaury Jr. é jornalista e apresentador de TV. É o mais conhecido colunista social do Brasil e considerado o criador do colunismo social eletrônico no país, onde mantém um programa de TV há 39 anos ininterruptos.

Sobre o blog

O blog traz notícias, bastidores e informações exclusivas sobre quem é assunto no showbiz, na cultura, na política, nos negócios e em todas as rodas sociais.

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Amaury Jr.